terça-feira, 5 de agosto de 2008

Já parou para olhar o atrás tentando vislumbrar o a frente e, de repente, quase que sempre, nota que está perdendo seu tempo presente? É como estar perdido em um turbilhão de pensamentos, dúvidas, angústias que são resultado de algo já feito ou não estão ligados à coisa alguma, porque apesar dos porquês, nada faz sentido. Analisando as pessoas à volta, é fácil recriminar quem está satisfeito por viver sua vidinha medíocre, sem tristezas ou sofrimentos maiores, mas também sem a alegria de objetivar uma conquista, o simples realizar de um sonho. Mas, de repente, você inveja aquele sorriso simplista. A falta de um maior anseio anda de mãos dadas com a falta de medo. É isso? Ou não? Na realidade, a análise só pode ser feita por fora, falando da minha ótica. Não tive o privilégio de escolher ser um zumbi em vida. Fui condenado a querer algo mais, a sofrer mais, a sonhar e pagar um preço por isso. Às vezes você constrói suas opções e, como que por acaso, se vê fadado a ter que abrir mão de alguma coisa pela qual você lutou. Seria melhor não ter almejado demais? Seria melhor não ter opção, porque só assim resolveria o problema de antemão? O ser pensa demais e complica o lado fácil da vida. Prefere defender a liberdade de ser louco e poder, logo depois, vir chorar as raivas de sua loucura. Com isso, ganhamos as doenças pós-modernas, já que as fogueiras estão sendo extintas, a não ser pelos microondas do tribunal paralelo, e assim enchemos as salas dos psicólogos, terapeutas, analistas,psicanalistas e psiquiatras. Eles nos ensinarão a pensar, como deveríamos ter pensado antes, a olharmos para aqueles que ali, logo ali em cima eu chamei de zumbi, mas que no fim de semana pode até sorrir, tomando uma cerveja e sem ter o que pensar. E aí me diga: pensar para que? Para pagar para ser medicado, orientado, doutrinado, ou quem sabe evangelizado. Pagar para ver que sonhar nos mostra a verdade e o não pensar nos oculta o mundo de mentiras, um faz de conta que apenas o ser estagna, porque tem medo de aprender a sofrer, que tem vergonha de sonhar e chorar. Mas você já teve vontade de se automatizar e não mais pensar? Imagine a cena: acorda, vai para o trabalho, trabalha, volta para casa, novela, sono e cama. É muito simples. Para que pensar? Tentei isso, mas quase tive que fazer terapia. Estava tendo medo de ter medo de querer pensar em algo que realmente me fizesse pensar e o medo me trouxesse a vontade de não mais ter medo de ter medo de pensar.Entendeu? Nem eu. Vamos pensar sobre isso então.

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