Olho no espelho, vejo meus olhos de desespero. A imagem não reflete, o bolso sem dinheiro. As palavras que em engolem, me filtram e consomem, me tirando de um mundo real, refúgio meu, fuga minha. Horizonte sem saída, com os cachorros que fogem e cães que ladram e não mordem. Fim de um ciclo, processo de reconstrução. Olho no olho meu, eu não enxergo eu, ou melhor me enxergo querendo saber para onde olhar. Uma entrada, uma saída, calma, amanhã vou lhe pagar. A conta chega e não fecha. Simples assim. Não sei onde parar. Paro! Olha o jogo, vejo a situação. Poucas pedras no tabuleiro, pouca opção. Inerte! Qualquer movimento parece perigoso demais. Ir e vir, nem pensar. Para entrar e sair você tem que pagar. Pago pra olhar a lua, pra cantar. Ganho tapa nas costas, um soco quiçá. Mundo invertido, a amiga perde a vida para um cruel bandido, dentista louco, mundo em que com poucos podemos contar. O som do teclado, rareia a energia, pego emprestado para falar até a hora tardia. Escrevo, escrevo, escrevo, escrevo. Fujo como um louco procurando me encontrar. Como um cão atrás do rabo, animal abandonado, que não sabe onde está. Olho no espelho, mergulho dentro de mim, caio na piscina vazia, de cara no fundo, tendo que levantar. Olho! Me escondo de mim! Olho!Olho! Olho no olho! Olho!
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